De repente surgiram milhares de pessoas que se auto- intitulavam designers. Aquele cara que sabe meia dúzia de efeitos no Corel já saía por aí dizendo que era Designer. E como a profissão não era regulamentada os verdadeiros designers tinham que conviver com isso calado. Mas acreditem, este cenário está perto de ter um fim.
Vocês devem ter ouvido falar na última semana o reboliço que foi o Projeto de Regulamentação dos Designers . A primeira fase (a mais demorada) foi superada, faltando agora o projeto ser encaminhado a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) para apreciação e votação, e em seguida para a sanção da Presidente Dilma.O grande problema são aqueles que são contra a regulamentação . Eu sempre tive um pouco de dificuldade de enxergar este ponto de vista. Para eles a lei não acabaria com a concorrência entre Designers e Micreiros, além do que, segundo eles, a regulamentação propiciaria a reserva de mercado. O argumento mais contundente deste lado da discursão é esse aqui que li em fóruns da internet: “o que conta vai ser sempre o portfolio e experiência profissional, mais do que qualquer coisa.”. Do outro lado o pessoal que lutou desde décadas passadas pela regulamentação defende os seus 4/5 anos de universidade.
Mas afinal o que muda com a regulamentação da profissão?
A regulamentação proíbe que pessoas trabalhem como designers caso não possa comprovar pelo menos 3 anos de experiência, ou caso não tenha o diploma de alguma universidade de Design. Ou seja, a concorrência diminuirá e os designers começarão a ter reconhecimento. Sou tão otimista que ouso dizer que em breve não precisaremos mais explicar pra nossa mãe, ou nossa avó o que um Designer faz. Outra mudança que vem com a lei é a criação de concursos para cargos públicos, além do consequente aumento de universidades e demanda. A meu ver é só maravilhas (e eu não estou esquecendo os impostos e todo o resto que precisaremos prestar conta) com mais universidades, teremos mais professores, mais material didático em português, mais gente capacitada no mercado, mais editoras especializadas... Vejo uma grande mudança no cenário brasileiro, mesmo que em longo prazo.
A parte ruim cabe ao pessoal competente que batalhou pra aprender muita coisa mesmo não passando pela universidade ou não tendo o tempo necessário de experiência para ser legalizado. E a parte que serve como consolo para esse pessoal é lembrar que estamos no Brasil. Ou seja, burlar a fiscalização não vai exigir esforços. Mesmo assim ficam longe do RH de empresas privadas e também de concursos públicos.
Enfim, para mim é uma grande oportunidade que os designers precisavam par ter o verdadeiro reconhecimento e valorização. É uma grande vitória que deve no mínimo ser comemorada com muito Mussolini.
Postado por Rodolfo Santana